domingo, 8 de maio de 2011

O Brasil está entre os países que mais reciclam materiais. Embora a maioria das prefeituras não realize a coleta seletiva, a pobreza de boa parte da população brasileira põe a serviço da reciclagem, a baixos custos, um pequeno exército de catadores de latas, garrafas e papel. Sem contar a coleta promovida pela própria indústria, como é o caso das aparas de papel e de vidro.
Segundo o levantamento da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), no Brasil o índice de reciclagem de lata de alumínio para bebida gaseificada em 1996 foi de 61,3%. Em 1998, o Brasil superará os EUA, que reciclam em torno de 60%, sendo superado apenas pelo Japão, que recicla em torno de 66%. Os dados do Prolata informam que são reciclados 18% das latas de aço consumidas no Brasil, o que equivale a 108 mil toneladas por ano.

Com relação às aparas e papéis usados, os índices nacionais estão afinados com a média mundial: 37%. Deve-se ressaltar que cada tonelada de papel reciclado representa de 15 a 20 árvores adultas poupadas. A grande maioria é consumida nas regiões Sudeste e Sul.
O Brasil produz cerca de trinta e dois milhões de pneus por ano, sendo que a maior parte deles já desgastada pelo uso acaba parando em lixões. Os pneus podem ser recauchutados ou terem seus componentes utilizados em outros produtos.
O consumo de embalagens de vidro entre os brasileiros é de 5 quilos por habitante. Na França, o consumo per capita chega a 65 quilos. O Brasil recicla um terço de todo o vidro que produz, superando muitos países europeus e deverá ultrapassar os 60% nos próximos dois anos, colocando o Brasil no topo da reciclagem mundial deste item. A Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO) mantém 50 centros de coleta de vidro ativos em oito Estados: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em relação ao PET, material usado na produção de garrafas plásticas de refrigerantes, a produção anual no País é de 3 bilhões de unidades e apenas 15% são reciclados. Nos EUA, esse total chega a 48%. Somente no Rio de Janeiro, cerca de 30% do lixo domiciliar recolhido diariamente é composto de PETs.
Alguns exemplos mostram que a situação começa a mudar em algumas cidades do Brasil. Em Curitiba, no Paraná, a Usina de Reciclagem da Unidade de Valorização de Rejeitos é responsável pelo reaproveitamento de 350 toneladas de lixo por mês __ cerca de 20% do material reciclável da cidade. O material é triado, quando são retiradas as peças ainda utilizáveis, e o restante continua na linha de reciclagem. O próximo passo é a unidade de separação, onde o lixo é dividido de acordo com o material: plástico, papel, vidro ou alumínio. Depois de totalmente separado, o lixo é prensado em fardos que serão revendidos às indústrias que vão reciclar o material.
Goiânia, em Goiás, conta com o primeiro núcleo industrial de reciclagem do País. É uma usina capaz não apenas de separar o lixo: poderá transformar o lixo orgânico em adubo e vender sucata de papel, plástico, metais e vidro. O núcleo começa funcionando com 25 toneladas diárias, em um turno, mas deverá chegar a 150 toneladas, em três turnos, quando estará processando cerca de 7% do lixo urbano de Goiânia. Ao todo, já foram aplicados no Núcleo Industrial de Reciclagem mais de R$ 1 milhão.
O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia. Desse total, 76% são depositados a céu aberto em lixões, 13% em aterros controlados, 10% são despejados em aterros sanitários, 0,9% é compostado em usinas e 0,1% é incinerado.

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